User:Ftrebien/Drafts/Classificação de vias em Porto Alegre
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A proposta a seguir sugere uma correlação entre o limite de velocidade e a estrutura da via com a sua classificação. De fato, ela se verifica em boa parte dos casos. Mas como explicado no artigo principal, essas características influenciam a escolha da "melhor rota" e não são determinantes finais da classificação. Por exemplo, a avenida Tentente Ary Tarragô é a melhor rota entre os bairros Jardim Carvalho e Rubem Berta, mas tem velocidade baixa em todo o seu percurso sinalizada explicitamente. A prefeitura a considera uma via arterial (secundária no OSM), e a regra geral do OSM também a considera secundária, então seria indesejável classificá-la como terciária.
Equivalência com o plano diretor
Calçada segundo o PDDUA é uma pista com no mínimo 2,75 m de largura. Pro OSM, podemos considerar larguras inferiores a 2,5 m como ausência de calçada.
Tipo | Nome | km/h legal | Fatores discriminantes | Classificação no OSM | Observações | Etiquetas recomendadas |
---|---|---|---|---|---|---|
1 | Rodovia | 80 (CTB) | ERS/BR | Primary | source:maxspeed=PDDUA-PMPA | |
2.1, 2.2 | Arterial rural (estrada) | 60 (CTB) | Com acostamento | Primary | ||
2.3, 2.4, 2.5 | Arterial urbana | 60 (CTB) | Dividida | Primary/secondary | Ver anexo 9 do PDDUA | |
3.1, 3.2, 3.3, 3.4 | Coletora | 40 (CTB) | Largura da pista 11 a 15 m, com calçada | Tertiary | ||
4.1, 4.2, 4.3, 4.4, 4.5 | Local | 30 (CTB) | Largura da pista 7 a 11 m, com calçada | Residential/unclassified | ||
5 | Ciclovia | 20 (CONTRAN 465) | Largura da pista de 5 a 7 m | Cycleway | ||
6 | Serviço | 20 (sugestão) | Largura total de 10 m | Service | Por similaridade a uma ciclovia com calçada. | access=yes, maxwidth=*, lanes=*, sidewalk=*, source:maxspeed=implicit |
20 (sugestão) | Largura da pista de 5 a 7 m | |||||
7 | Calçadão | 6 (CONTRAN 465) | Ausência de pista, placas | Pedestrian | ||
6 (sugestão) | Largura da pista de 3 a 5 m | Pedestrian | Similar ao anterior | maxwidth=*, source:maxspeed=implicit | ||
Largura total inferior a 2,75 m | Path ou footway | Sugestão | bicycle=no |
Acrescente também as seguintes etiquetas:
- source:highway=PDDUA-PMPA ao classificar com base no PDDUA
- source:maxspeed=PDDUA-PMPA ao inferir a velocidade máxima com base nos gabaritos do PDDUA (não use para os casos estabelecidos por analogia)
- source:maxspeed=markings ao encontrar uma sinalização pintada no chão ao fazer survey (melhor que um valor implícito)
- source:maxspeed=sign ao encontrar uma placa fazendo survey (melhor que um valor implícito e melhor que o pintado no chão)
Terciárias
Atribuição da velocidade máxima (cópia)
Pelo texto acima (que corrobora em parte o texto do PDDUA), a maioria das vias dentro dos bairros seriam consideradas coletoras por serem relativamente largas. Isso nos permite definir a velocidade máxima legal onde não há sinalização. No entanto, isso geraria um enorme número de terciárias, as residenciais (locais) passariam a ser a exceção, e não a regra.
Por isso, a regra da preferencial por longos trechos, desde que conectando aos sistemas primário e secundário, continua sendo mais útil, inclusive para calcular rotas visualmente.
Problemas
- Avenidas importantes para circulação dentro da cidade que seriam consideradas secundárias (portanto, não tão importantes): Ipiranga, Beira-Rio, primeira perimetral. O plano diretor parece considerar a definição de "primária" como obrigatoriamente interligando cidades vizinhas.
- O método genérico do OSM tornaria toda a 3ª Perimetral secundária. Ela provavelmente é considerada primária no PDDUA porque conecta a ERS-118 em Itapuã à BR-116 em Canoas. Qual das duas formas de classificar é a ideal provavelmente seria tema de discussão com a comunidade.
- Avenidas que teriam importância talvez demasiada: quarta perimetral (só alguns trechos dispersos atualmente construídos)
Método genérico
Problemas
- Tende a elevar a classificação de vias em áreas rurais. O método holandês compensa isso propondo uma classificação baseada na densidade das construções na área (menos objetivo, pode gerar edições disputadas). Talvez funcionaria inequivocamente tendo-se os contornos oficiais da área urbana das cidades.
Sistemas similares em uso
- Funcional americano: "Urban Local Street System (residential/unclassified): Through traffic usage is discouraged"
- Canadense "Tertiary roads are through roads, but of lesser importance than secondary roads."
- Australiano: "highway=secondary Major through routes within a local area, often connecting neighbouring suburbs. highway=tertiary Minor through routes within a local area, often feeders to residential streets."
- Holandês (sugestão: use o Google Translate para traduzir para o inglês, a traduzão é razoavelmente confiável devido à similaridade dos dois idiomas)
- Primárias:
- anéis de tráfego oficiais ("Officiele ringwegen: Een weg die een groot deel van het verkeer binnen een stad weghoudt uit het centrum en door de gemeente als ringweg aangeduid wordt")
- grandes vias que conduzem a esses aneis ("Belangrijke toegangswegen naar een officiele ringweg, bijvoorbeeld vanaf een snelweg.")
- Secundárias
- anéis de tráfego não-oficiais que permitem atravessar a cidade ("Onofficiele ringweg: In plaatsen zonder officiele ringweg: een ringweg of een andere weg die de mogelijkheid biedt om van de ene kant naar de andere kant van de woonplaats te rijden (dit is dus een functie van die weg).")
- vias que separam bairros ("Wegen binnen een stad die vaak wijken scheiden."); mas note que no Brasil vias arteriais geralmente não acompanham os limites oficiais dos bairros
- Terciárias
- ramificações de primárias e secundárias para acesso local em bairros ("Wegen die toegang bieden tot enkele wijken (of een grote wijk), vaak aftakkingen van primary of secondary wegen.")
- Diferença importante: o método genérico tende a elevar a classificação de vias em áreas rurais, enquanto o método holandês compensa isso propondo uma classificação baseada na densidade das construções na área (o que é menos objetivo e ainda pode gerar edições disputadas); talvez funcionaria bem tendo-se os contornos oficiais da área urbana das cidades
- Primárias:
Progresso
- 28574208 (achavi, OSMLab) Classificação preliminar, corrigindo também o problema das terciárias (exigiu complementação com a maxspeed=* e source:maxspeed=* em primárias, secundárias e terciárias para garantir um roteamento adequado)
- (em breve) Correção do problema das living streets (exige mapeamento completo com as etiquetas maxspeed=*, source:maxspeed=*, smoothness=*, surface=*, tracktype=*, lanes=*, sidewalk=* e lit=* sempre que possível, e highway=service onde aplicável - ver critérios acima -, para garantir o roteamento mais correto possível)
Em elaboração.
Primárias
Como a grande maioria das cidades, Porto Alegre é uma cidade radial (cresceu formando arcos de círculos ao redor de um núcleo). Como se dispõe ao longo de um rio, também apresenta um padrão linear ao longo do Guaíba. Muitas cidades radiais possuem um anel em torno do centro, que em Porto Alegre é a primeira perimetral. Tipicamente esse anel e as principais vias radias que se conectam às cidades vizinhas são vias primárias. O PDDUA, no entanto, considera primárias apenas as vias que atravessam boa parte da cidade, mas não o anel. Isso sugere que a classificação do PDDUA considera como centro/origem do sistema viário da cidade a conexão entre a Avenida da Legalidade e o Largo Edgar Koetz. Este ponto de encontro entre arteriais urbanas e vias de trânsito rápido interurbanas fica próximo do Centro Histórico e da Prefeitura. Esses fatores (proximidade a certos elementos, tipo de vias envolvidas) podem sugerir um critério para definir o que é um "núcleo viário urbano", conceito que poderia ser usado para distinguir primárias e secundárias. O PDDUA também considera o trecho sul da Avenida Juca Batista desde a Avenida Edgar Pires de Castro como primária, talvez por ser a principal via de acesso ao bairro Belém Novo, que há pouco tempo era considerado um distrito, ou talvez por ser a principal rota até o aeroclube (aeródromo de Belém Novo). Talvez o núcleo viário de um distrito (principal cruzamento de arteriais que passam por ele) possa ser considerado um "núcleo urbano" também, transformando algumas vias secundárias em primárias. Isso pode fazer algum sentido para cidades grandes como São Paulo, que do contrário teriam apenas vias primárias conduzindo a um ponto no centro da cidade, considerado "núcleo", que pode não ser tão importante sob outras perspectivas (pode ser um centro histórico mas não um centro econômico/turístico/financeiro/etc.).
Essa definição teria algum respaldo na interpretação que as atuais aplicações dão aos dados do mapa. O Carto (visualização padrão do OSM), por exemplo, mostra primárias desde o nível 7, e as secundárias somente a partir do nível 9. Isso sugere que espera-se que as primárias sejam muito mais esparsas do que as secundárias, ou seja, que primárias têm importância intermunicipal enquanto que as secundárias têm importância municipal ou no máximo entre municípios adjacentes. Da mesma forma, diversos sistemas de roteamento clássicos prefeririam trajetos por primárias em rotas longas, considerando as secundárias somente para circulação local (o que inclui início e fim do percurso, mas não o meio dele).
O fato de que a classificação holandesa considera também a existência de construções ao redor das vias sugere que essa classificação pode não produzir resultados satisfatórios em áreas mais rarefeitas.
O PDDUA ainda considera como primária a terceira perimetral, apesar de ela aparentemente não conectar núcleos viários. No entanto, ela conecta o núcleo de Canoas à ERS-118, que leva à reserva de Itapuã. Isso pode sugerir que também o encontro de rodovias federais/estaduais com a malha urbana pode ser considerado um núcleo viário, ou talvez um núcleo de tipo especial (que não precisa se conectar por primárias a todos os outros núcleos, apenas ao núcleo mais próximo).
Se distritos e rodovias forem considerados núcleos, então seriam primárias também pelo menos:
- a rota do núcleo de Belém Novo para o núcleo de Porto Alegre [1], primária segundo o PDDUA
- a rota do núcleo de Belém Novo para a ERS-118 [2], secundária segundo o PDDUA
- a conexão entre as duas rotas dentro de Belém Novo, para evitar quebrar a continuidade da classificação [3]
- a rota do núcleo de Belém Novo para o núcleo de Viamão (possivelmente [4])
- a ERS-118 de Itapuã até o núcleo de Viamão [5]
- a rota entre a ERS-118 e o núcleo de Palmares do Sul (possivelmente [6])
Duas alterações notáveis:
- Por continuidade, o trecho UFRGS-Rodoviária virou primária também
- Assis Brasil virou primária por fazer parte da principal rota de acesso a Alvorada, especialmente vindo de Eldorado do Sul, e por fazer parte da principal rota de acesso de Alvorada a Cachoeirinha e vice-versa
Secundárias
Boa parte das secundárias delineadas no PDDUA foi respeitada à risca. Os casos onde não foi são os das secundárias incompletas (que são meramente planejadas, que não se conectam ainda completamente à grade de secundárias do próprio PDDUA, que é um objetivo futuro mas a realidade atual).
Terciárias
Não há uma classificação oficial de terciárias em Porto Alegre. O método seguido considera o seguinte:
- os contornos de primárias e secundárias formam "células"; é possível pensar nessas células como uma estrutura de subdivisão espacial; as terciárias seriam as principais ramificações (geralmente retilíneas ou quase retilíneas) a partir das bordas dessas células que dão acesso a um grande número de vias/destinos no interior da célula (portanto, que cobrem trechos longos no interior da célula), desde que se mantenham como "preferenciais" ao longo do percurso
- dentro de cada célula, é útil saber quais trechos são os melhores para navegar no bairro (ex.: os trechos preferenciais ou com melhor pavimentação)
- só é útil dar destaque a esses trechos caso existam percursos "aparentemente" alternativos (ex.: vias paralelas, mas de qualidade/velocidade inferior)
- não é muito útil classificar vias imediatamente paralelas como terciárias, no entanto é comum que essas vias formem binários; os binários são tratados como vias simples de mão dupla, de modo que um binário de terciárias deve estar separado de outro ou de uma terciária de mão dupla por pelo menos uma via de classificação inferior a terciária
- em locais com pouca construção (ex.: na periferia), é comum encontrar uma via principal sem vias paralelas; nesse caso não é útil classificá-la como terciária
- em locais com grande densidade de secundárias (ex.: próximo ao centro), as células não são grandes o suficiente para justificar destaques; nesse caso, é útil pensar as terciárias como as vias mais longas que interligam as secundárias, desde que o fluxo de fato seja preferencial por essas vias (ex.: semáforos dediquem tempo razoável a elas, exceto nos cruzamentos com as secundárias onde obviamente as escundárias têm mais tempo)
- geralmente, as terciárias de uma célula se estenderão perpendicularmente aos lados da célula; se a célular for quadrada, geralmente haverão duas terciárias, uma em cada direção perpendicular às bordas; em células de formatos mais irregulares, como retângulos com um lado 2x maior que o outro, pode haver mais de uma terciária perpendicular, geralmente formando elas mesmas subquadrados dentro do retângulo da célula. (subjetivo)
(continua...)
Velocidade máxima legal implícita
Não havendo sinalização, pode-se deduzir a partir do PDDUA seguindo as definições do CTB que:
- são de 60 km/h as vias arteriais (no anexo 9) por definição segundo o CTB; nenhuma outra via tem por padrão essa velocidade máxima
- são de 40 km/h as vias coletoras, as quais possuem faixas de estacionamento em ambas as laterais ou cuja pista é largas o bastante para tê-las (tipo 3.5)
- são de 30 km/h as vias locais, que não atendem aos critérios das coletoras
Ao seguir essa dedução, use a etiqueta source:maxspeed=PDDUA-PMPA.
Leitura avançada
Título | Movimento e hierarquia espacial na conurbação: o caso da Região Metropolitana de Porto Alegre |
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Autor | Cláudio Mainieri de Ugalde |
Data | 2013 |
Tipo | Tese de doutorado |
Instituição | Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional, Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. |
Cópias disponíveis | |
Último acesso | 30/09/2015 |
Pontos de interesse para o OSM:
- Pág 137 "Boa e má hierarquia" (aspecto filosófico/subjetivo; note que anteriormente é dito que urbanistas e engenheiros de tráfego nem sempre encontram um consenso)
- Pág 181 "Classificação hierárquica segundo os planos diretores municipais"
- Pág 183 "Representação das categorias"
- Pág 195 "Medida de escolha"
- Pág 197 "Mapa de segmentos axiais da RMPA"
- Pág 218 e 446 Classificação de Alvorada
- Pág 226, 350 e 448 Classificação de Cachoeirinha
- Pág 232, 238 e 450 Classificação de Campo Bom
- Pág 240 e 452 Classificação de Canoas
- Pág 248 e 454 Classificação de Estância Velha
- Pág 256 e 456 Classificação de Esteio
- Pág 263 e 458 Classificação de Gravataí
- Pág 272 e 460 Classificação de Novo Hamburgo
- Pág 282 e 462 Classificação de Portão
- Pág 290 e 464 Classificação de Porto Alegre
- Pág 306 e 466 Classificação de São Leopoldo
- Pág 316 e 468 Classificação de Sapiranga
- Pág 323 e 470 Classificação de Sapucaia do Sul
- Pág 331 e 472 Classificação de Viamão
- Pág 379 "Sobre as Possibilidades de Estruturação de uma Grelha Mais Regular" (característica desejável na classificação)
- Pág 389 "Referências"
O autor trabalha para a Metroplan, talvez tenham mais dados e/ou cópia dos planos diretores.
O resultado da classificação é muito similar a este método genérico.